Trabalho Flexível: Uma análise do cenário Brasileiro
As características que definem o trabalho flexível no Brasil podem ser analisadas sob quatro aspectos: o legislativo, o cultural, o econômico e o de infra-estrutura.
Trabalho Flexível: uma análise do cenário Brasileiro para o Flexible Working Day Australia
So o ponto de vista legal, a legislação trabalhista brasileira não inclui a flexibilidade de horários e apenas recentemente adotou a prática do trabalho remoto. Isso significa que atualmente as empresas permitem que seus empregados executem suas tarefas de qualquer lugar, porém dentro de um horário estabelecido. Empregados devem bater cartão-ponto e cumprir um número pré-determinado de horas por dia. A lei ainda não prevê a modalidade de horário flexível, mas as empresas costumam adotar a jornada flexível, ou seja, flexibilizar a hora para início e fim do expediente, desde que se cumpram as 8 horas diárias. Nestes casos, empregador e empregado podem estabelecer um acordo entre as partes.
O profissional mais valorizado não é necessariamente o mais competente, mas sim o que melhor se relaciona com seus gestores e pares.
Sob a ótica cultural, o trabalho flexível no Brasil enfrenta alguns obstáculos. O brasileiro é um povo que prefere o contato face a face, gosta de conversar, valoriza a presença física. O profissional mais valorizado não é necessariamente o mais competente, mas sim o que melhor se relaciona com seus gestores e pares. O trabalho realizado de qualquer lugar quebra este link.
Muitos gestores brasileiros ainda acreditam que precisam controlar seus times através da fiscalização
Além disso, muitos gestores brasileiros ainda acreditam que precisam controlar seus times através da fiscalização. E acham que vão perder este “controle” se os seus liderados tiverem autonomia para trabalhar de onde e quando quiserem. Porém, estas características culturais têm mudado muito nos últimos tempos, principalmente por motivos econômicos.
O Brasil está saindo da pior crise econômica da sua história. Foram cinco anos de uma grande recessão que obrigou as empresas a reverem seus custos de funcionamento. Considerando que, no Brasil, os custos imobiliários são o segundo maior gasto indireto de uma empresa (perdendo apenas para a folha de pagamento) o trabalho flexível passou a ser a solução encontrada por diversas empresas para otimizar o uso dos seus espaços de escritório e assim adaptar-se à crise.
Para isso, grande parte das empresas escolheu uma estratégia que combina o compartilhamento de espaços (incluindo hot desking) e a possibilidade de trabalho remoto em alguns dias da semana.
A rede de internet com banda larga só está disponível nos grandes centros, e mesmo assim com grande instabilidade
E finalmente, podemos analisar a situação do trabalho flexível no Brasil de acordo com a infra-estrutura do país. O Brasil é um país enorme, continental, possui mais de 200 milhões de habitantes e conta com a 9ª maior economia do mundo. Porém, historicamente, os governos brasileiros sempre administraram os recursos do país de forma irresponsável. O resultado disso, é um deficit enorme na infra-estrutura básica que um país tão grande demanda. O sistema viário é insuficiente, a energia inconstante, as cidades não têm planos de contingência para calamidades climáticas ou de saúde, e a rede de internet com banda larga só está disponível nos grandes centros, e mesmo assim com grande instabilidade. O Rio de Janeiro, por exemplo, que é a segunda maior cidade brasileira, ainda possui regiões sem internet de alta velocidade e com quedas frequentes de energia, inviabilizando o trabalho remoto para muitos empregados.
Dados de 2018 indicam um crescimento na taxa de adoção do trabalho remoto de 15%
O cenário do trabalho flexível no Brasil ainda apresenta grandes desafios. Apesar disso, dados de 2018 indicam um crescimento na taxa de adoção do trabalho remoto de 15% ao ano (fonte: SAP Pesquisas), mostrando uma forte tendência neste sentido. Muitas vezes este crescimento se dá por uma exigência dos próprios empregados, que exigem o benefício, obrigando seus empregadores a implantar a modalidade. Em outros casos, a iniciativa parte da própria empresa, seja na busca de atrair estes talentos, seja na tentativa de reduzir custos. Empresas multinacionais que já praticam o trabalho flexível em seus países de origem, tem uma tendência maior de trazerem a modalidade para suas sedes no Brasil.
O IBGE divulgou recentemente dados reveladores sobre o trabalho realizado remotamente (números incluem empreendedores e autônomos que na maioria das vezes trabalham de casa). A estatística diz que 3,8 milhões de brasileiros trabalham de casa, o maior número já registrado no Brasil.
BGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
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