Por que devemos falar sobre Setembro Amarelo?
Por Talita Caproni
Se você não sabe, o Setembro Amarelo foi criado no Brasil no ano de 2015 pelo CVV (Centro de Valorização a vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria). No dia 10 de setembro, temos então, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.
Embora temos essa grande campanha em setembro, falar sobre prevenção ao suicídio e debate para todo o ano. Sabe-se que, no mundo, a cada 40 segundo uma pessoa se suicida, sendo esse o problema e a maior causa de morte entre pessoas de 15 a 29 anos.
Esse número se torna mais assustador, quando levamos em conta que por ano, cerca de 800 mil pessoas em todo o mundo cometem suicídio. Desse número, cerca de 80% são de origem em países de baixa e média renda. Quando caminhamos para um público de alta renda, há um vínculo entre problemas de saúde mental, como depressão e transtornos de uso de álcool e drogas.
Segundo a OMS, cada suicídio se torna uma tragédia que afeta muitas famílias, comunidades e países inteiros. O grande passo contrário a este tema tão importante, é que muitos países tratam como tabu, o que naturalmente afasta pessoas que obrigatoriamente precisavam de ajuda. Poucos são os países que trouxeram a prevenção do suicídio dentro das prioridades da saúde e, apenas 28 países trazem algum tipo de estratégia nacional de prevenção.
É sabido que, com programas bem estabelecidos voltados a prevenção ao suicídio, podemos reduzir em até 90% dos casos. Há uma grande instabilidade do ponto de vista de casos de depressa e quando atrelamos isso de forma isolada, com casos de comorbidade, por exemplo.
Afinal, como identificar alguém que precisa de ajuda e corre o risco?
Devo deixar claro que cada ser humano é único e traz consigo diversas possibilidades, mas deixo abaixo alguns sintomas apresentados por pessoas sob o risco de suicídio:
- Dificuldades em se relacionar com família, amigos, bem como trazer um comportamento retraído;
- Apresentar casos de doenças psiquiátricas, como: transtornos mentais, transtornos de personalidades, transtornos de humor, como também transtornos de comportamentos pelo uso de substâncias psicoativas;
- Passar por mudanças em hábitos alimentares ou de sono;
- Apresentar irritabilidade, apatia ou pessimismo;
- Forte desejo em concluir tarefas pessoais como também escrever um testamento;
- Apresentar sentimento de impotência, solidão e desesperança;
- Falar repentinamente sobre morte ou suicídio;
- Escrever uma carta de despedida;
- Apresentar personalidade agressiva, impulsiva ou humor instável.
E caso de nos depararmos com pessoas apresentando tais sintomas, como devemos proceder?
- Demonstrar empatia;
- Prestar apoio necessário;
- Conversar com os amigos e familiares;
- Contar para outras pessoas e conseguir ajuda;
- Ficar ao lado de pessoas com o transtorno;
- Buscar entender os sentimentos da pessoa, sem diminuir a importância deles;
- Aceitar a queixa da pessoa e respeitar o seu sofrimento;
- Demonstrar preocupação e cuidado constante.
Nunca devemos ignorar qualquer sinal e/ou indício de uma pessoa próxima e até mesmo distante, que apresentem comportamentos e pensamentos disfuncionais. Não podemos fazer com o que esse problema parece algo trivial, sem importância. Infelizmente vivemos nesse cenário é fundamental encontrar formas de amenizar o sofrimento do outro. É certo que a maioria das mortes ocorridas por suicídio podem ser evitadas e o melhor que podemos fazer e falar sobre o assunto.
Saúde mental em tempos de Home Office
2020 tem sido um ano muito difícil para a saúde mental de milhões de pessoas. O isolamento social, o medo do contágio, problemas financeiros, entre tantas outras dificuldades, culminaram no avanço de caos de depressão e síndromes do pânico. O vírus instalou o medo e a insegurança de uma maneira agressiva e repentina, nos colocando diante de um cenário de incertezas, grandes perdas e enormes riscos.
Para ajudar a enfrentar esse momento, o Canal de Apoio à Saúde Mental (CIS) elaborou uma lista com dicas para cuidar da saúde mental, durante e depois da pandemia. Confira abaixo algumas ações que podem te ajudar nesse momento:
Pratique a gratidão. Agradecer e celebrar a vida são hábitos que aumentam a taxa de dopamina no cérebro. O hormônio atua como antidepressivo. A equipe sugere escrever em pequenas tiras de papel os sentimentos bons e aqueles não tão bons, guardando-os em potes de vidro e relendo uma vez por semana.
Tome pequenas decisões para seu bem-estar. Organizar ambientes da casa, separar roupas para doações, começar um curso que estava nos planos há tempos são atitudes que auxiliam a mudar a perspectiva sobre o momento atual.
Retome o contato social. Manter o distanciamento é diferente de ficar isolado ou solitário. Utilize a tecnologia como aliada para encontro virtuais, mande mensagens, faça ligações.
Utilize técnicas de relaxamento. Práticas como mindfulness e yoga são recomendadas para controlar o estresse, desenvolver a consciência corporal e aumentar o equilíbrio entre corpo e mente. Manter a atenção plena nessas atividades ajuda o cérebro a desviar a atenção dos problemas cujas soluções não dependem de nós.
Tenha boas noites de sono. Os profissionais recomendam fazer a “higiene do sono” processo que começa pelo menos uma hora antes de dormir. Evitar celulares, televisão e eletrônicos, baixar as luzes e preparar o corpo para diminuir o ritmo são hábitos que devem ser incorporados à rotina para uma boa saúde mental.
Alimente-se bem. Comer bem é comer saudável, incluindo todos os grupos alimentares na medida certa. Um prato colorido e diversificado também ajuda a fortalecer o sistema imunológico, algo bem importante nesse momento.
A campanha do Setembro Amarelo nasceu com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a prevenção do suicídio e dar suporte para quem precisa.
Olhe em volta, observe seus colegas, amigos e familiares. Será que eles precisam da sua ajuda e do seu apoio?
Pare e escute: alguém perto de você pode estar pedindo ajuda!
Quem é Talita Caproni?
Nova parceira da WiPlay na criação de conteúdos sobre psicologia e carreira, ela é formada em Psicologia pela Universidade Paulista, com extensão em Consultoria Interna de RH pela PUC/SP e recentemente iniciado o Curso de formação em Terapia Cognitivo Comportamental de Beck pelo CETCC.
Talita atua em Plantão Psicológico, equipe de Psicodiagnóstico, Oficina de Criatividade e Estratégias de Intervenção Psicológica na Universidade Paulista.
Com 10 anos de experiência em Recursos Humanos, atuando em Consultorias de Executive Search, como também, em empresas de grande porte em segmentos diversos, desenvolvendo trabalho em Recrutamento e Seleção, Mapeamento de Mercado e Hunting.